Distribuição Normal

Share this post
Herbert Simon (2000)
hugocristo.substack.com

Herbert Simon (2000)

Não somos meros observadores do futuro.

Hugo Cristo
Nov 19, 2020
Comment
Share

Há pouco mais de 20 anos, Herbert Simon foi um dos palestrantes do Earthware Symposium (19/10/2020), realizado pelo Departamento de Ciência da Computação da Carnegie Mellon University.

Um dos fundadores das ciências cognitivas, “Herb” Simon acumulou prêmios e homenagens ao longo da carreira: Associação Americana de Psicologia (APA), por contribuições científicas para a área (1969); Prêmio A. M. Turing com Allen Newell (1975); Nobel de Ciências Econômicas, por pesquisas pioneiras em processos de tomada de decisão (1978); Medalha Nacional de Ciências dos EUA (1986); entre outros.

No registro da palestra de 2000, Simon apresentou objetivos para futuros mais sustentáveis que soam extremamente atuais: viver em paz no planeta, em harmonia com outras formas de vida e ecossistemas; busca por formas de limitar demandas por recursos naturais, ainda que ocorram descobertas de caminhos de exploração mais eficientes; aprender a dividir os resultados da produção humana de forma igualitária.

Simon foi enfático sobre a incapacidade de modelos econômicos lidarem com a complexidade real dos mercados e dos problemas de distribuição e compartilhamento dos resultados da produção humana. Se considerarmos a audiência do evento e o momento histórico, é curioso observar reivindicações pelo fim das divisões entre “nós e eles”, menções a conflitos étnicos e hostilidades entre grupos.

Os objetivos que orientariam o “design do futuro” não incluíram tecnologias. Para alcançarmos mundos melhores, Herbert Simon defendeu a satisfação de desejos humanos atemporais — alimentação adequada, relações afetuosas com outras pessoas, tarefas intelectuais prazerosas e desafiadoras, viver livre da dor, medo e ódio.

Ao descrever a relação entre cientistas e computadores, pediu licença para usar o termo “parceria” e disse que não avançaria na caracterização. Boa dose de eufemismo e política de boa vizinhança de um dos pais da inteligência artificial (IA).

Além de ter registrado o pensamento de um gigante das ciências cognitivas, o vídeo forneceu indícios sobre o estado da arte da IA na época (robôs que jogam futebol), especulações quanto à substituição de trabalhadores por máquinas e alertou sobre os usos das tecnologias computacionais para o bem ou para o mal — temas muito relevantes nos dias de hoje.

São 30 minutos com ideias elaboradas ao longo de décadas. Simon faleceu pouco tempo depois, em fevereiro de 2001.

CommentComment
ShareShare

Create your profile

0 subscriptions will be displayed on your profile (edit)

Skip for now

Only paid subscribers can comment on this post

Already a paid subscriber? Sign in

Check your email

For your security, we need to re-authenticate you.

Click the link we sent to , or click here to sign in.

TopNew

No posts

Ready for more?

© 2022 Hugo Cristto
Privacy ∙ Terms ∙ Collection notice
Publish on Substack Get the app
Substack is the home for great writing